domingo, 13 de dezembro de 2015

03. Ajuda de Inuyasha

  Felizmente, Inuyasha passava por lá quando a batalha se iniciou. Contrariado, mas sem ter alternativa, recrutou o irmão mais novo dele para cuidar e proteger Kiara enquanto ele lutava. Não era exatamente o que Inuyasha queria, mas ele teve que se satisfazer de qualquer forma, pois defender a sacerdotisa era algo de extrema importância.
  Assim que Sesshoumaru voltou para o chão, entregou a menina aos cuidados do meio-youkai e se empenhou em lutar contra Natsumi. As serviçais da sereia tentaram atacar Inuyasha a todo o custo, mas não obtiveram sucesso, pois a espada dele, Tessaiga, era mais forte do que o poder delas, mas elas ameaçavam o rapaz, pois estavam em maior número.
- Hei, Sesshoumaru! Estou precisando de uma mão aqui!
- Meio-youkai imprestável! Eu pedi a tua ajuda para cuidar de Kiara e eu também terei que me preocupar com você? Se você não percebeu, eu estou mais ocupado do que você. Elas são sereias idiotas, use a ferida do vento contra elas.
- Eu tentei, mas não adianta!

  Sesshoumaru suspirou profundamente, mas não se empenhou em ajudar o irmão. Natsumi estava ficando fraca e decidiu voar para longe, a fim de se revitalizar. O youkai a perseguiu, deixando Inuyasha com Kiara no lago.
- Sesshoumaru! Você vai perseguir aquela coisa? Ela certamente vai morrer!
- Eu nunca deixo um serviço inacabado para trás. Cuide de Kiara enquanto isso... Se não o fizer, eu te mato.
- Não precisa ameaçar! Ela está fugindo, acho melhor você ir logo atrás dela.


 Ele não deu mais atenção para o irmão, se transformou e perseguiu a rival até uma densa floresta, onde algo lhe seria revelado.

02. A Transformação da Sereia

        Alguns dias depois, Sesshoumaru leva Kiara até o lago onde ele tinha enfrentado a sereia que estava supostamente morta. Era um lindo dia de primavera e o casal estava contente sob a sombra de uma árvore de cerejeira apreciando o canto dos pássaros e as borboletas que passavam por lá.

       Logo, o mesmo canto que o youkai ouviu ecoa novamente pelo jardim. Sesshoumaru ficou preocupado, pois a única pessoa que poderia emitir aquele canto era a sereia Natsumi. Aproximou-se da margem e viu-a emergir da água.
        Estava desarmada quando se aproximou da margem, apenas tinha a coroa na cabeça e uma expressão pacata no rosto. Tinha uma faixa no peito, que encobria o ferimento causado por Sesshoumaru. Ela olhou diretamente para Kiara e fez a garota desmaiar.
- Agora, a garota terá um fim digno, cuidarei de você maus tarde...

        Preocupado, o youkai percebeu que era uma armadilha e pegou a sacerdotisa no colo, carregando-a para o alto, próximo das nuvens. Porém, algo pegou Sesshoumaru de surpresa, pois Natsumi saiu da água e se transformou para poder perseguir o rapaz.
- O quê? Como você conseguiu se transformar?
- Eu tenho o poder de assumir a forma que eu quiser pelo simples fato de eu ser a rainha das águas. Deixe essa menina e venha comigo, Sesshoumaru, esta é a minha última oferta.
- Eu não me tornarei teu marido, desista, Natsumi.

- Já que é assim, não tenho alternativa a não ser acabar com você, sinto muito. Se você não for meu, não será de mais ninguém.

01. A Promessa de Natsumi

- Princesa Natsumi! Finalmente a senhora acordou! Está tudo bem?       

- Sim, não se preocupe comigo. Onde está Sesshoumaru?
- Ele voltou para o castelo dele, senhora.

  Natsumi nadou até a superfície e sentou-se na margem mais alta do lago e ficou apreciando a noite. Os olhos brilhantes e úmidos, vidrados em uma imagem que aparecia apenas na mente dela. Uma das serviçais, que era a melhor amiga dela apareceu para trazer os acessórios que ela gostava de colocar quando ficava daquele jeito: um kimono e uma flauta, pois era o que a fazia se sentir humana.
- Você está bem?
- Se eu estivesse não estaria aqui em cima pensando naquele youkai.
- Ele assassinou a senhora Rina e quase te matou, esqueça-o, não vale a pena desperdiçar teus suspiros com ele.
- Você não entende... O modo como ele age, o rosto dele, a força física, tudo isso influencia uma mulher a se apaixonar por ele... No final isso se transformou numa grande ironia: nós sereias devíamos encantar as demais criaturas e uma sereia acabou sendo encantada.

   Ela vestiu o kimono e tocou a flauta por alguns instantes. Era evidente a tristeza dela a cada nota da flauta. Parou de tocar e disse, olhando para o céu:

- Sesshoumaru será meu marido, nem que seja apenas por um dia, mas ele será.

Prólogo: Retorno para casa

 Sesshoumaru retornou para o castelo no dia seguinte já sabendo que ele tinha uma força oculta que apenas seria libertada se ele abandonasse os sentimentos pelos humanos. Kiara ficou extremamente feliz; correu ao encontro do marido e o recepcionou com carinho. Ele, por sua vez, pegou a garota no colo e passou o restante do dia com ela, contando todas as proezas dele.


 Porém, ele não contou sobre o que realmente aconteceu no lago; ele não disse que Natsumi foi derrotada por conta de que ele se esqueceu dos sentimentos por Kiara. Aquilo ainda estava na mente dele e se recusava a sair, deixando ele algumas noites em claro, pensando na possibilidade da sereia ainda estar viva.
- Sesshoumaru, meu bem, há algo errado?
- Não, minha querida, eu apenas estou sem sono.
- Aquelas batalhas ainda estão mexendo com você, não é mesmo? Ou será que é o encanto da sereia?

 Ele sorriu para ela e respondeu, encostando o rosto dele no topo da cabeça dela:
- Não é encanto de sereia, apenas estou surpreso por pessoas que eu nunca vi antes saberem tanto de minha vida.

- Não se importe com isso, querido, se eles sabem é mais um motivo para você mostrar que você não é fraco, Você é extremamente forte disso eu tenho certeza. 

Tsunami de Sentimentos


Epílogo: A morte da princesa Natsumi

 - Ouvi dizer que ela foi enforcada pelas cordas da lira do filho de Akane, por isso achei que você estava aqui pensando nela.
- Eu cortei as cordas antes que elas enforcassem Kiara. Passar bem, eu não tenho tempo para desperdiçar conversando.

 Quando eu ia embora, ela novamente lançou o tridente na minha direção. Desviei dele e saquei minha arma, a espada Tokijin. Eu estava pronto para atacá-la, mas ela teve tempo de tramar um golpe sujo tomando a forma idêntica a de minha esposa, Kiara; era uma imagem perfeita, os olhos, os cabelos, a voz e até a maneira como ela falava comigo era idêntica a da original.

- Sesshoumaru, meu bem, você teria coragem de levantar a espada contra mim, tua adorada esposa? Eu pensava que você me amava, Sesshoumaru. Você não me ama mais, é isso? – os olhos dela estavam chorosos, assim como a voz, que dava ainda mais realidade àquela farsa.
- Você acha que pode me enganar com essa farsa?
- Eu sei que não, mas eu tenho a capacidade de entrar na mente das pessoas e explorar cada fala e cada aspecto da pessoa que é importante para a minha vítima, esteja esta pessoa viva ou morta. A imagem de Kiara afeta diretamente tua mente sobre o fato de me atacar, pois mesmo sabendo que eu não sou a verdadeira, seria imperdoável ferir alguém que possuísse a imagem dela. Ainda mais você que agora se tornou tão sentimental.

  Eu não poderia ouvir mais provocações daquela maldita sereia. Mesmo sendo verdade o fato de que eu não poderia ferir a imagem da minha esposa, eu não poderia ouvir mais provocações dela. Naquele momento, me esqueci por um instante da imagem de Kiara e ataquei a sereia sem piedade, lançando a Tokijin no coração dela.
- Você não poderá escapar de mim, Sesshoumaru. Eu vou ter você ao meu lado mais cedo ou mais tarde, ou o meu nome não é Natsumi Shiyuki.


 Não dei ouvidos ao que ela disse. Finalmente eu percebi que eu não precisava me fortalecer mais, que eu sempre estive forte, mas meus sentimentos não permitiam que essa força aparecesse por completo, como aconteceu naquela hora.

10. Doce Canção

Naquele mesmo momento, um canto doce e melodioso surgiu de repente. Fiquei admirado com a beleza do som e me aproximei para perto do lago. Sutilmente, o canto foi ficando mais claro e alto conforme as águas se agitavam lentamente e uma figura vestida de azul escuro emergiu da água para uma pedra que ficava próxima da margem. Era uma sereia, armada com um tridente prateado e uma coroa na cabeça. Aparentemente, ela não tinha percebido minha presença e quando me olhou parou de cantar e com isso várias outras sereias emergiram das profundezas e tentaram me puxar para a água.
 Aquela primeira sereia atirou o tridente dela contra mim exatamente na direção do meu peito, na altura certa do meu coração. Segurei o tridente que vinha a toda velocidade e o lancei contra a criatura novamente, que se esquivou por um fio de ser atingida. Ela nadou até a margem e eu dei um passo para trás. Percebendo meu movimento ela disse:
- Você é rápido. Um humano qualquer não teria escapado do meu tridente, muito menos ser capaz de segura-lo antes de ser atingido... Olhando de perto, estou me recordando: você é um youkai, certo? O príncipe Sesshoumaru que desperdiçou seu poderoso veneno nas veias daquela humana, a sacerdotisa Kiara, estou correta?
- Essa é a primeira vez que nos encontramos; eu não sei nada sobre tua vida, mas você parece saber muito da minha. Quem te contou tudo isso?
- Venho te acompanhando desde quando minha irmã mais velha, Rina Shiyuki foi morta por você. E admito que ela não estava errada em ter se apaixonado por você...

  Eu tentava procurar alguma semelhança entre elas, mas não eram parecidas nem um pouco. Uma era completamente diferente da outra.
- Quer dizer que Rina era tua irmã? Mas vocês não são parecidas em nada.
- Tem razão. Ela era humana e o desgosto da família por parte de minha mãe... Eu era a única que apoiava Rina, pois minha mãe não entendia que ela não era culpada por ter sido resultado de uma relação entre ela e um humano e com isso ela se apaixonou por você e quis ser tua esposa a todo o custo. Ela deveria ter sido a rainha das sereias no meu lugar, mas com a morte dela eu assumi o controle de tudo.
- Meus pêsames, sinto muito. Eu não tenho tempo para desperdiçar prolongando esta conversa, até breve.
- Espere! Eu também tenho que te dar os pêsames pela morte de tua esposa e lhe propor algo que certamente será de teu agrado: você pode ser o meu marido e governar também o mundo subaquático.

  Olhei para ela com surpresa e respondi, rispidamente:
- Minha mulher está viva e a salvo no meu castelo. Mesmo que eu estivesse sozinho eu nunca aceitaria viver com outra mulher, nem se ela fosse a rainha das águas, portanto, não diga tolices.


09. Área Desconhecida

Continuei minha caminhada ainda naquela direção, pois era o único local onde eu não tinha explorado a fundo. Era um caminho complicado que se alguém quisesse chegar até o final teria que estar muito bem preparado, pois o chão era irregular e com várias rochas além de estar dentro de uma floresta densa e fechada. Caminhei tranquilamente até chegar ao final da trilha, que terminou em uma bela paisagem com um grande lago muito azul e cristalino. Parei para descansar um pouco, pois havia dias que eu estive caminhando sem nenhuma pausa.

  Realmente o lugar era magnífico e tranquilo, completamente silencioso, a não ser pelo canto dos pássaros que passavam por ali. Pensei em trazer minha esposa naquele lugar para nós ficarmos sozinhos um momento.
  Achei que estava sozinho, mas não estava: uma mulher humana correu em minha direção e disse assustada:
- Por favor, senhor, vá embora daqui! As criaturas que habitam esse lugar são terríveis! Este lugar é uma armadilha para os visitantes, por favor, fuja!


  Dito isso, ela saiu correndo para a trilha onde eu segui para chegar até lá. Ela parecia desesperada com a suposta criatura que vivia por lá.

08. Feiticeiro Patético

Não demorou muito para que eu encontrasse o tal feiticeiro. Na verdade, a presença maligna dele era evidente até mesmo para os humanos. Ele estava a caminho do meu reino, mas entrei no caminho dele a tempo.
- Que surpresa, Sesshoumaru. Ficou sabendo sobre a minha chegada e veio me impedir para salvar teus amados humanos? Você está muito gentil.


 Toutousai tinha razão; todos sabiam do meu ponto fraco. Mas como? Será que isso estava tão estampado em meu rosto que apenas eu não percebo? Eu não tinha muito tempo para refletir, tinha que me concentrar na batalha.
- Você acha que pode me vencer com esta mágica ridícula? Precisará de muito mais do que isso para me derrotar.
- Não é uma mágica qualquer. Ela inclui poderes sagrados altíssimos que exterminou todos os youkais.
- Eu sou imune a qualquer tipo de poder sagrado e você sabe muito bem disso, pois sou um youkai completo.

 Aquele feiticeiro maldito sorriu mesmo depois de eu acerta-lo com minha espada Tokijin. Para me provocar, ainda disse:
- Você apenas é imune a poderes sagrados porque convive com a sacerdotisa mais poderosa desta era, a filha de Shimiku: Kiara. Por você ter grande convívio com ela, você se adaptou aos poderes dela e agora não sente mais o ataque de nenhum outro poder espiritual. Tenho certeza que foi difícil para você viver com ela nos primeiros anos. Você terá que enfrentar uma grande ameaça em breve.


 Depois disso, ele morreu. Como ele poderia saber que eu realmente sofri nos primeiros anos com Kiara por causa do grande poder espiritual dela? Nenhum outro oponente soube disso antes e como ele sabe que eu terei que enfrentar uma grande ameaça? Bom, se essa ameaça for tão grande quanto ele, não tenho com o que me preocupar.

07. A procura de poder

 Continuei seguindo o meu caminho em busca pelo poder. Segui para o norte, onde meus ventos indicavam. Havia vários youkais que tentaram me vencer, mas eram insignificantes e não me ajudariam aumentar o meu poder. Eu precisava de algum adversário à minha altura em nível de poder, mas não encontraria ninguém por aqui. Enquanto me deslocava de uma região à outra, ouvi alguns aldeões dizerem que havia um feiticeiro poderoso destruindo todos os reinos que eram governados por youkais.
- Onde está esse feiticeiro?
- Oh, Senhor Sesshoumaru. Ele está no leste, próximo ao reino do youkai de fogo, Akatsuki e em breve ele irá atacar o teu reino, senhor. Por acaso o senhor vai enfrentá-lo?
- Sim, afinal ele é uma ameaça ao meu reino também.
- Mas e se for uma armadilha para o senhor?
- Eu não me importo, mas agradeço pela preocupação.
- Boa sorte, senhor Sesshoumaru.


 Decidi enfrentá-lo, pois com isso protegeria meu reino e ganharia mais força. Segui em direção ao leste, onde ele estava no presente momento. Finalmente eu encontraria alguém digno de me enfrentar? Eu apenas saberia lutando contra ele. 

06. A conversa com Toutousai

  Tudo estava em paz e minha família em segurança outra vez. Naquele dia deixei meu reino aos cuidados de Yasuhiko e de Kiara para me tornar um youkai mais forte. Minha esposa não aceitou bem a minha despedida, mas compreendeu meus motivos, que além de serem uma necessidade minha, eram de todo o reino também.
 Decidi consultar o antigo ferreiro Toutousai, aproveitando a oportunidade para que ele afiasse minhas espadas. Pela primeira vez ele não estava tentando escapar e me recebeu de bom grado. Enquanto afiava minha espada Bakusaiga, ele dizia, em meio às pancadas do martelo no ferro quente da espada:
- Você se enfraqueceu vivendo com os humanos fisicamente ou psicologicamente, Sesshoumaru?
- O que quer dizer com isso, Toutousai? Eu não me enfraqueci e se realmente aconteceu isso não foi por causa dos humanos.
- Sim, você não estava acostumado com os sentimentos e a presença tão íntima de humanos no teu cotidiano e isso te fez ficar mais vulnerável. Você pode não perceber, mas é a mais pura verdade. Por que você acha que até mesmo inimigos que te temiam estão te atacando?
- Em parte, isso é verdade. – admiti, observando minha espada sendo afiada – depois que eu conheci Kiara e me casei com ela, o sentimento que eu tinha pelos humanos mudou rapidamente, passei a amar e a entender os humanos de uma forma que eu nunca imaginei antes.
- E sem que você percebesse, isso te deixou enfraquecido psicologicamente, ou fisicamente, como você preferir... Estão afiadas e prontas, boa sorte na tua jornada.


 Deixei a caverna de Toutousai pensando no que ele disse, uma pergunta que ecoava em minha mente sem cessar “Você se enfraqueceu vivendo com os humanos fisicamente ou psicologicamente?”. Eu realmente poderia ter me enfraquecido ao invés de os inimigos estarem mais fortes?

05. Vingança de um Adolescente

Acompanhei Akane até o castelo dela. Na varanda estava Seiji, que correu para dentro ao me ver. A mãe do garoto chamou-o. Ele, fingindo estar surpreso, correu em direção da mãe e exclamou com alegria o retorno da lira.
- Seiji, este é Sesshoumaru e ele veio para te fazer algumas perguntas.

  Ele me olhou com um profundo sentimento de raiva, mas permaneceu na sala para me ouvir. Não hesitei em perguntar e a preparar minhas garras para uma provável mentira.

- Qual é o teu interesse em Kiara?
- Não sei do que você está falando.

 Estralei meus dedos e tentei não perder a calma com a expressão cínica dele.
- Vou perguntar mais uma vez: qual é o teu interesse em Kiara e por que você tentou enforcá-la?
- Eu não sei quem é essa tal de Kiara e eu não saí daqui durante a madrugada para tentar matar ninguém.

 Segurei o garoto pela garganta com minha mão esquerda, que já estava preparada com a garra venenosa. Ele se debateu, mas percebeu que eu não estava disposto a poupá-lo e por isso, tentou um ataque, mas não deu certo. Percebendo que teria o pescoço derretido em breve, decidiu confessar.
- Ela terá o que merece, há anos que eu desejo ter a filha de vocês, Miyuki, como esposa e ela me enfureceu, disse que Miyuki era boa demais para mim e eu deveria desistir dela. Por ela se tua filha, eu deveria esquecer o fato de ela se minha esposa, pois você jamais permitiria um relacionamento entre nós. Aquelas palavras nunca mais saíram da minha mente eu queria me vingar dela, aquela maldita que me humilhou e tentou destruir um sonho meu. Se não fosse por você, eu teria conseguido.

 Soltei o pescoço dele e soltei uma gargalhada rápida. Atirei a lira para ele e disse, saindo pela janela:
- Isso é ridículo, eu não acredito que minha esposa foi quase morta por uma bobagem dessas. Por que você mesmo não conversa com Miyuki e ouve o que ela tem a dizer? Seria mais fácil do que tudo isso. Se for fazer isso novamente, olhe para o teu pescoço e se lembre de que eu virei para te matar e não terei piedade da tua alma.


04. Hostilidade da princesa de Shikoku

Certifiquei-me de que os ferimentos de Kiara estavam cicatrizados e ainda naquela noite segui o cheiro dele que estava na lira em direção ao Noroeste. Foi uma longa caminhada e finalmente cheguei a uma cidade um pouco distante de Osaka, onde está meu castelo, essa cidade era Shikoku, cujo era governada por uma humana chamada Akane Kiyomoto. Continuei seguindo os rastros do inimigo, porém a própria governante da cidade estava passando por lá e me viu.
- O que você está fazendo aqui, Sesshoumaru?
- Não devo satisfações para você.
- Não seja arrogante! Você está em meus domínios e eu tenho o direito de saber o que você está fazendo aqui.
- Já disse que não devo satisfações.

  Virei às costas e continuei perseguindo minha presa, porém Akane estava mal-humorada neste dia e atirou uma flecha dela contra mim. Desviei rapidamente e devolvi a flecha da mesma forma.
- Por ser uma princesa, deveria ter mais cortesia e mais educação sobre atacar alguém pelas costas. Se você está mal-humorada não desconte em mim e é por tipos como você a razão de eu estar aqui. Você deveria ter controle sobre a saída dos teus moradores durante a madrugada.
- O que quer dizer com isso?
- Algum dos teus súditos seria dono desta lira branca?
- Sim, o dono dela é meu filho, Seiji. O que ela está fazendo com você?
- Ele tentou enforcar minha esposa com as cordas desta lira.
- Isso é ridículo, ele nunca faria uma coisa dessas.
- Se você quiser checar, Kiara está em casa sendo vigiada por um dos guardas.

  Era perceptível que ela não sabia de nada e nem notara a saída no menino durante a noite. Estava surpresa e não se conformava com a ideia do filho dela ter feito tal coisa.

- Me acompanhe, quero que você mesmo interrogue Seiji.

03. Cordas Invisíveis

No dia posterior ao da celebração, finalmente cheguei a uma conclusão do que eu iria fazer a respeito da segurança de Kiara. Fui até o jardim e por lá fiquei, pensando numa forma de contar que eu iria deixá-la para me fortalecer, pois ela certamente irá criar resistências para que eu não vá.
 Acabei me esquecendo do tempo e apenas retornei à realidade quando senti um cheiro de flores dama-da-noite, que apenas minha esposa tinha aquele cheiro por conta do perfume que eu sempre dou de presente para ela. Realmente era Kiara, vestida com um kimono branco e prateado, os cabelos ainda úmidos e as mãos delicadas, quentes e macias em meu rosto.
- Meu bem, há algo errado? – perguntou ela com a voz baixa e melodiosa.
- Não se preocupe princesa, está tudo bem, apenas estou colocando os pensamentos em ordem e pensando em uma maneira de te dizer que eu vou me afastar com um tempo de você para eu me fortalecer. De uns tempos para cá, vários inimigos te usaram para me provocar, tudo porque eu não tenho mais aquela força que eu tinha.

 Ela meu olhava de modo sereno, parecendo compreender minhas razões e pela primeira vez acreditar nelas sem discutir ou me obrigar a provar nada. Tocou os lábios dela nos meu docemente e ficou ao meu lado.
- Se você prometer voltar para casa e para mim eu ficarei tranquila.
- Eu jamais te abandonaria, meu anjo.

 Kiara sorriu e ficou comigo, observando a lua crescente e a neve que caía. Alguns minutos depois, eu ouvi um pequeno suspiro e vi que minha princesa tinha adormecido. Subi para o quarto e me deitei com ela, mas não dormi. Fiquei a noite toda acordado contemplando a doçura de minha esposa.
 Um tempo depois, ela acorda vagarosamente, provavelmente por sentir minha respiração próxima dela.
- Eu te acordei, princesa?
- Não, meu bem, é que eu pensei que você já tinha partido.
- Eu jamais iria embora sem me despedir de você.


 Naquele momento, ela apertou a manga direita do meu kimono e deixou escapar um grito de sofrimento. Senti o cheiro do sangue dela e vi que o lado esquerdo da cintura do kimono dela estava tingido pelo sangue. Apareceu um corte no pescoço dela, perto da veia central e um fio muito fino reluziu pela luz da lua com o sangue de minha esposa, denunciando também a localização de outros vários fios cortantes. Antes que isso rompesse a vida de Kiara, eu cortei as cordas, que vinham da janela. No jardim, estava caída uma lira branca e o dono do instrumento fugindo covardemente.

02. Sentimentos de Sesshoumaru

  Mesmo com toda a alegria, meu antigo eu desperta e como antes acabo deixando meu castelo e minha família para ir até a floresta onde eu costumava ficar, refletindo sobre minhas decisões e tudo o que aconteceu durante esse tempo. A lua crescente me traz paz e me proporciona um tempo para pensar nas minhas ações e decisões baseado no que aconteceu até agora.
  No presente momento estou confuso e passando por um difícil momento em relação à vida com minha esposa Kiara, pois por minha causa ela já sofreu diversos perigos pelo simples fato de ela ser minha companheira. Ela deveria ser uma fraqueza minha que ninguém descobrisse, mas infelizmente ela se tornou o alvo mais fácil para meus inimigos. Penso em deixá-la mas sei que ela vai me procurar e vai sofrer. Eu quero a segurança dela acima de tudo, mas não posso deixar meu povo e nem leva-la ao meu castelo no mundo dos youkais.

  Estou com os sentimentos fragmentados, tentando formar algo concreto do qual eu não me arrependerei de fazer, porém isto está sendo uma missão árdua onde estão em jogo a felicidade de Kiara e a vida dela. As duas coisas são importantes, mas eu penso que mantê-la viva tem prioridade. De um jeito ou de outro ela vai encontrar alguém que possa me substituir.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

01- Celebração de Natal

Era a véspera de Natal. Kiara e minhas filhas decoravam o castelo com luzes e enfeites dos mais variados. Os cozinheiros preparavam a ceia para a breve chegada de minha família. Esta é a primeira vez que meu pai, minha mãe e meu irmão virão ao meu castelo para celebrar ao Natal conosco.
  Em poucos minutos, tudo estava pronto: a árvore estava decorada e o palácio estava iluminado com as luzes de cores diversas. Faltavam dez minutos para meia-noite e nós estávamos prontos, apenas aguardando a chegada dos demais. Todos estavam tranquilos, exceto meu filho mais velho, Yasuhiko, que tentava me subornar para beliscar algo da mesa de jantar.
- Ora, vamos, pai, é só um pedacinho, ninguém vai notar.
- Eu já disse que não, faltam cinco minutos e eles já devem estar chegando, acalme-se.

  Logo, ele desistiu de comer e ficou esperando meus parentes no lado de fora. Demorou um pouco, mas eles chegaram – em cima da hora, como de costume – Inuyasha foi o primeiro a entrar e assim como Yasuhiko, quis atacar a mesa, que inalava um aroma delicioso. Eu o impedi e os dois tentavam estratégias absurdas para me ultrapassar, pois por causa disso, eu fui obrigado a ficar de guarda na porta da sala de jantar.
  Meus pais foram os que mais chegaram atrasados naquela noite – tanto minha mãe quanto meu pai chegaram atrasados. Quando minha mãe entrou pela porta, ouviu-se uma exclamação de alegria e estômagos se rebelando. Já era meia-noite, oficialmente dia de Natal. Todo o nosso cronograma foi alterado, pois a vontade de apreciar a ceia foi mais forte em grande parte dos presentes na sala, em especial Yasuhiko e Inuyasha, que foram os primeiros a se sentarem à mesa.

  Após a refeição, Kiara, Miyuki, Miyoko, Mitsuo e Nishihara cantaram algumas músicas natalinas. Estava nevando e em seguida, meus filhos saíram para apreciar a neve e por intermédio de Kaname e Yasuhiko começaram uma guerra de bolas de neve. Todos participaram da brincadeira dos jovens, inclusive eu, Sesshoumaru, que antigamente não participava dessas coisas.


  De todos os Natais que eu já tive, aquele foi o melhor e o que eu mais me senti completo e feliz, me senti como um humano pela primeira vez.

Início: Vida de youkai

 Minha vida antes de toda esta reviravolta era pacata. Caminhava pelas florestas sem me preocupar com nada e nem com ninguém, porém tudo mudou quando eu conheci a humana sacerdotisa mais bela de todo o mundo e a salvei de uma provável morte. Depois disso, tudo se resumiu em governar meu império, proteger minha família – em especial Kiara, ser um bom marido e um pai exemplar.
 Mesmo assim, por mais que as coisas se repitam diariamente, não me canso de realizá-las, pois fico satisfeito em ver estampado em cada rosto querido um sorriso sincero e uma alegria contagiante. Muitos que me conhecem há anos ainda me questionam: “Onde está aquele velho Sesshoumaru que considerava humanos piores do que insetos, que era temível por toda e qualquer criatura?” Eu respondo que este Sesshoumaru está adormecido em algum canto de mim, mas ainda existe, pois essa é minha verdadeira identidade e nada vai mudar isso, por mais que eu ame minha família.

 Há vários afazeres em meu extenso reino e para isso conto com o auxílio de meus filhos Yasuhiko e Akihiro para cuidarem do mundo dos youkais. Ainda que eu continue sendo temido, há youkais que tentam invadir meus domínios e é nessa parte que entram minha esposa Kiara e minhas filhas Nishihara, Mitsuo e Miyoko. Elas são as que cuidam dos aldeões em caso de doenças graves que as sacerdotisas do vilarejo não podem curar.
 Entretanto, não é tão fácil quanto parece: Tenho ainda a responsabilidade de visitar minha mãe periodicamente, uma coisa trabalhosa e complicada, pois ela ainda me trata como se eu fosse um bebê. Não apenas a minha mãe exige visitas, mas também o meu pai, porém lidar com ele é mais fácil. Além disso, ainda tenho visitas anuais de Inuyasha em minha casa e manter a ordem é complicado, principalmente entre Akira – minha filha- e Kalissa – minha sobrinha.   


 Porém eu gosto da vida que tenho e da família que eu construí. Mesmo apaixonado pela sacerdotisa Kiara eu fico surpreso comigo mesmo por ter mudado tanto, uma mudança que uma simples humana causou da noite para o dia.

The Poison of a Inu Youkai


End: Keiko & Haruka

Depois da batalha, Haruka foi nomeado um dos guardas de confiança da família real, o que deixou o vampiro maravilhado, pois poderia aprender mais sobre a compaixão que vinha dos youkais.

 Meses depois, nasce a filha caçula de Sesshoumaru e de Kiara, chamada Keiko. O novo guardião da família real se encantou com a menina e mesmo recém-nascida, ele pediu a menina como esposa para o youkai. O mesmo concedeu a filha para se casar com o vampiro e quando ela tivesse 18 aos se casaria com ele, na condição de que ela quisesse. Haruka aceitou.


 Dezoito anos depois, a menina estava perdidamente apaixonada pelo rapaz e logo se casou com ele. Tempos depois, tiveram uma menina, chamada Yuki, a primeira youkai-vampira da família real.

16. Contradition

Na manhã seguinte, Haruka chega ao castelo de Sesshoumaru e repassa para o youkai todos os planos do novo líder dos vampiros. A princípio, o youkai não deu confiança, mas ao se lembrar de que ele salvou Kiara da masmorra, começou a confiar nele. Juntamente com Sakura, Kaname e Mitsuo eles criam uma estratégia para desarmar o inimigo, que viria com um exército numeroso. Porém, teriam a ajuda de um dos guardas mais habilidosos de Kazemaru para ajudar na batalha.
- Eles estão chegando!

 O exército de vampiros se aproximava cada vez mais e os soldados de Sesshoumaru estavam preparados para o ataque. Os arqueiros preparavam suas flechas e os soldados colocavam-se em posição de combate. O youkai estava na porta do castelo e Kiara observava tudo pela janela do quarto, na companhia de Miyuki e de Nishihara.
- Ataquem! Lembrem-se, deixem o youkai para mim.
- Sim, senhor.

 Grande parte dos vampiros foram vencidos graças à ajuda de Haruka, que tratava de exterminar os vampiros atingidos pelas flechas. Kazemaru não se importava em perder os soldados, o que lhe importava apenas era matar Sesshoumaru. O youkai estava pronto, com a Bakusaiga em mãos.
- Prepare-se para morrer, youkai.
- Você é o meu adversário tão temido? Não me faça rir, eu preparei o meu exército para lutar contra um indivíduo como você? Quem vai morrer aqui é você, meu caro. Isso não é brincadeira de criança. Vá embora antes que eu resolva te retalhar.
- Não me subestime, eu sou capaz de enfrentá-lo a altura.

 Sesshoumaru lutou sem muito esforço, porém percebeu que o garoto era habilidoso. Enquanto lutava, ele percebeu que o único motivo de Kazemaru estar ali era para vingar a morte de Harumi, por isso, o youkai tocou em um ponto fraco do menino.
- Eu posso trazer Harumi de volta, se essa é a tua vontade, não precisamos continuar a guerra.
- Vampiros não são como vocês que podem reviver.
- Está vendo esta espada? Ela se chama Tenseiga e pode trazer qualquer ser vivo de volta à vida. Se você cessar esta guerra e desistir de exterminar os youkais eu poderei reviver o teu pai.

 Kazemaru caiu em contradição no mesmo momento. Ordenou que o restante dos soldados parasse e aceitou levar o youkai para reviver Harumi. O corpo ainda estava na floresta e logo, a Tenseiga fez seu trabalho. Em segundos o líder dos vampiros estava de volta. Ele quis atacar, mas o filho dele explicou tudo o que aconteceu e Harumi comoveu-se.

- Nós vamos voltar para o nosso reino e não voltaremos mais. Agora eu entendo o porquê de vocês youkais estarem no topo da classe de poder: vocês não guardam ressentimentos e tentam entender as demais criaturas e isso é uma coisa que nós vampiros nunca seremos capazes de fazer. – Harumi levantou a mão direita no ar, como se estivesse segurando uma taça e disse – vida longa ao príncipe Sesshoumaru.

15. Unmasked

A garota correu desesperadamente para casa, a fim de impedir que o pior acontecesse. Na mente dela, as imagens do marido dela repassavam insistentemente e a conversa do novo líder com uma garota ecoavam na mente dela juntamente com as imagens, como se fosse um filme. Chegou a tempo no castelo para cessar o início de uma grande desgraça. Abriu a porta do quarto depressa e gritou:
- Sesshoumaru!


 O youkai olhou para ela com os olhos arregalados de surpresa. Olhava para as duas sacerdotisas que eram idênticas e ficou em dúvida. As roupas da menina que tinha acabado de aparecer eram iguais as da verdadeira Kiara quando ela desmaiara na floresta. A outra tinha o mesmo comportamento.
 Ele estava indeciso e a única maneira de esclarecer aquela dúvida era através do cheiro. Sesshoumaru já sabia como era o cheiro da garota que estava com ele, portanto, decidiu sentir o cheiro da outra menina. Farejou o pescoço e o colo da garota cuidadosamente e ela segurava o rosto dele delicadamente.
 Tirou as dúvidas dele quando beijou a garota. O modo como agia e retribuía eram característicos da verdadeira Kiara. Ele abraçou-a fortemente e perguntou:
- Onde você estava, minha adorada princesa? O que está acontecendo? Por favor, explique para o teu marido que agora está confuso.
- Deixe que eu explique. – a impostora respondeu, já na verdadeira forma dela. – essa sacerdotisa miserável era para estar presa no castelo do meu novo senhor, Kazemaru, o filho de Harumi e era meu trabalho vir aqui para terminar o trabalho dessa incompetente que mesmo sob encanto do espelho, não conseguiu te matar.
- E você pensou que tomando a forma de Kiara poderia fazer isso e ir embora tranquilamente?
- A intenção era essa... Eu acho que já sei como você escapou: Haruka te libertou, não foi?
- Como você sabe?
- Você não está com os pulsos e tornozelos feridos por arrebentar as correntes e isso é por consequência de alguém que tinha acesso às chaves e fosse bondoso com você. O único que se encaixa nesta descrição é Haruka, ninguém mais. Ele já deve ter sido punido por isso, tenho certeza.


 Sesshoumaru interrompeu a discussão e colocou Kiara delicadamente sobre a cama. Tirou a Tenseiga da cintura e entregou-a para a sacerdotisa. Certificando-se de que ela estava segura, ele preparou as garras venenosas e investiu contra a impostora, causando um ferimento grave nela, resultando na morte da mesma. 

14. Fighting for Freedom

Enquanto Sesshoumaru ficava tranquilamente com a esposa no jardim, uma pessoa lutava para viver, acorrentada em um lugar estranho e dentro de uma cela úmida, sem ter o que comer ou beber. Estava sob a guarda de um homem sinistro e mal-humorado, porém de beleza extrema e outro guarda, com o humor oposto ao primeiro, contudo, ainda mais belo.
- Deixe-me sair!
- Fique quieta! Você sabe que vai ficar aqui, por que insiste em pedir a liberdade, menina tola?
- Porque eu sei que vou conseguir sair daqui. Aquela farsa não irá durar por mais tempo.
- Teu marido é tão tolo que jamais perceberá a diferença.
- Mentira!
- Cale essa boca. Está na hora da troca de turnos. Guarde o restante das reclamações para o outro guarda.

 O que Kaito, o guarda mal-humorado não sabia era que o outro guarda, Haruka, era gentil com ela e trazia comida e bebida para ela toda a vez que era o turno dele. Naquele lugar estranho, ele era o único amigo que a menina tinha. Depois que ela acabou de fazer a refeição, ele apareceu sutilmente com as chaves da cela e destrancou as correntes dela.
- Vá, depressa!
- Obrigada, Haruka, eu não vou esquecer do que você fez por mim.
- Eu nuca apoiei as ideias do meu líder, eu acho que prender você não vai levar a nada. Agora vá embora, há uma passagem à esquerda, escondida na parede. Puxe a lança da armadura que está lá e saia.
- Mais uma vez obrigada, Haruka, eu não sei o que seria de mim se você fosse como Kaito.

 O gentil guarda não respondeu, apenas assentiu com a cabeça e ela saiu do castelo. A sorte da menina era que a passagem se abria para o caminho certo da casa dela e por isso, foi fácil para ela retornar.





13. Vampire Game

  Temendo que algo acontecesse à Kiara, Sesshoumaru correu para o castelo. Entrou no quarto e viu que não era a sacerdotisa que estava inconsciente na cama. Ele olhou para Mitsuo, que tentou se defender.
- Ela não estava assim, o kimono dela não era esse e o cheiro dela também não era esse, acredite papai, o senhor mesmo sentiu o cheiro dela mais do que eu.
- Eu acredito, tenha calma. Então ela deve estar dormindo, não vamos acordá-la.

A sacerdotisa despertou e viu que o youkai estava ao lado dela, mas com o olhar perdido na janela e então ele não a viu despertar. Segurou a mão dele e disse, ternamente:
- Sesshoumaru, meu bem, aconteceu alguma coisa?
- Não, eu estou bem... Você estava dormindo minha princesa?
- Não, eu acordei agora de quando eu desmaiei na floresta. Por quê?
- Teu kimono está diferente e o teu cheiro também, eu pensei que você já tinha tomado banho e estava descansando. Se você estava até agora desacordada, quem fez isso com você?
- Acho que é impressão tua, meu bem, eu continuo do mesmo jeito.

 Sesshoumaru não quis prolongar a discussão e assentiu, mas sabia que no fundo, algo estava errado. Ele tinha certeza de que Harumi aprontara algo, que ele com certeza preparara um jogo, mas ele não sabia ao certo o que era. Passou o restante do dia com Kiara no jardim, mas ela estava fora dos padrões normais.

 No entanto, ele não quis discutir, pois não sabia o que viria a seguir e não sabia quanto tempo mais ficaria com a mulher que ele amava. 

12. Sesshoumaru & Mitsuo - Poison Arrow

- Você está muito enganado pensando que eu, Sesshoumaru irei te obedecer para poupar a vida de duas humanas, mesmo que eu tenha um vínculo com elas. Portanto, se quiser quebrar a flecha, vá em frente, pode quebrar.
- Não se esqueça do que acabou de dizer, Sesshoumaru, não se arrependa depois.

  Percebendo a serenidade no rosto do youkai, Harumi não tinha coragem de partir a flecha, contudo, não queria admitir o receio de tirar a vida delas. Mesmo porque a vida de Kiara era importante para que a raça dele ficasse acima dos youkais. Mas Sesshoumaru estava tão calmo, tão tranqüilo e tão sereno que ele não tinha a mínima vontade de tirar a vida das duas garotas.
- O que houve? Decidiu não partir a flecha? Para quem se denomina o rei dos vampiros eu pensei que você teria pulso firme nas decisões, mas pelo que eu estou vendo você é apenas um covarde.
- Retire imediatamente o que disse, youkai maldito!
- Se você quebrar a flecha neste momento eu retiro o que eu acabei de dizer e me darei por vencido.

 Nem tudo estaria perdido para Harumi, pois ele poderia matar o príncipe dos youkais. Quando ia quebrar o objeto, algo o atinge nas costas: era novamente uma das flechas de Mitsuo.
- A mamãe está segura, não se preocupe, papai, Akihiro está tomando conta dela no castelo.
- Maldita hanyou... Por ter uma metade humana eu não imaginava que você teria herdado tanto poder do teu pai. Mas será preciso mais do que flechas sagradas para me derrotar.
- Fique aqui, Mitsuo, eu quero me divertir um pouco com esse sujeito...

 Aproveitando que Harumi não tinha mais o flecha nas mãos para ameaçar Sesshoumaru, ele cortou a pele do vampiro como se fosse um pedaço de carne comum, mas ele conseguia se regenerar de alguns ferimentos, tornando a batalha difícil. Mesmo com a ajuda de Mitsuo, eles não conseguiriam vencer.
 Mas, o youkai teve a ideia de unir o veneno dele na flecha de Mitsuo, pois ele percebera que tanto o veneno dele quanto as flechas causava danos irreversíveis para ele. Impediu o ataque da filha, que possuía apenas mais uma flecha e depositou uma grande parte do veneno dele no objeto.
- Mitsuo, atire!

  Ela assentiu e aproveitou o momento de distração do vampiro para lançar a flecha, que perfurou o coração de Harumi e espalhou o veneno de Sesshoumaru no corpo dele, fazendo-o se desintegrar vagarosamente.

- Malditos! Mas eu ainda tenho um truque, isso ainda não acabou! Vocês vão se arrepender de terem cruzado o meu caminho!

11. “Broken Arrow”

 Estavam prestes a chegar ao castelo, mas Harumi se libertou da flecha sagrada de Mitsuo e a partiu. Saiu do castelo dele e seguiu os rastros de sangue que Sesshoumaru tinha deixado sem perceber. Distraidamente, ele perseguia o sangue do youkai e não percebeu que as flechas purificadas estavam próximas. Ao tocar em uma delas, ele teve uma parte do rosto ferida.
- Vocês foram inteligentes, mas essas flechas não irão me impedir... Estão subestimando o meu poder e irão se arrepender disso.


 Mesmo sabendo que ficaria com várias lesões, o vampiro procurou pela flecha principal seguindo a energia espiritual de Kiara, que depositara grande parte de purificação naquela flecha. Demorou mas ele a encontrou e sem o menor esforço, a quebrou em inúmeros pedaços.
  Como a flecha estava diretamente conectada com a sacerdotisa, ela sentiu uma forte dor de cabeça e desmaiou. Sentindo o cheiro do vampiro, Sesshoumaru sacou a espada Bakusaiga e ordenou que Mitsuo levasse Kiara ao castelo, que estava há alguns metros de onde eles estavam. Antes de partir com a mãe adotiva, ela lançou uma flecha na direção de onde vinha Harumi, acertando-o no ombro esquerdo.
- Tua filha é uma excelente arqueira, pena que não possui o poder espiritual da mãe, não é mesmo, Sesshoumaru? Aquele lacre não poderia me prender por mais tempo. E o teu sangue me ajudou a encontrar o caminho, obrigado.
- Maldito, como ainda está vivo? 
- Eu não sou um simples vampiro: eu sou o soberano de todos eles. Admito que os poderes de Kiara sejam fortes, pois conseguiram causar inúmeras lesões em mim... Mas não será tão fácil me destruir.
- Isso é o que veremos, parasito ordinário!

 Harumi sorriu e mostrou a flecha que Mitsuo tinha acabado de atirar e disse:
- Está vendo esta flecha? Com ela eu posso matar duas coelhas com uma cajadada só, meu caro Sesshoumaru.
- Isso é ridículo.
- Não é não; aqui há a energia de Mitsuo e uma parte da energia de Kiara, portanto, se eu a quebrar, as duas morrerão. Tua filha, quando lança uma flecha, deposita nela toda a energia vital dela e desta vez, Kiara quis ajudar a filha, passando o restante da energia dela, tornando esta flecha uma arma poderosa de extermínio. Se quiser que eu mantenha as duas vivas, guarde a espada e vamos negociar pacificamente, ok?


10. Mitsuo saves her Parents

Harumi, extremamente irritado, tentava quebrar a barreira da sacerdotisa, que era frágil e não poderia aguentar por mais tempo. Sesshoumaru ergueu a cabeça e viu que a menina estava tentando fortalecer a barreira. Tirou a espada Tenseiga da cintura e entregou-a para Kiara.
- Tome, mesmo não sendo capaz de cortar, a Tenseiga pode cuidar de você, impedindo qualquer ataque. Quando esta barreira se quebrar, corra e volta para casa, deixe que ele sugue o meu sangue, assim ele vai estar ocupado para ir atrás de você.
- Eu não vou sem você! Se for assim eu ficarei para que ele sugue o meu sangue também!
- Você é uma menina teimosa... Eu não quero que você se machuque.

 Naquele momento, a barreira se quebrou e Harumi estava quase avançando sobre Sesshoumaru quando uma flecha o atinge no peito. Era Mitsuo, que entrou no castelo ainda atirando flechas, lacrando o vampiro temporariamente na parede.
- Papai, mamãe, vão, depressa! Meu lacre não vai segura-lo por muito tempo!
- Mitsuo, eu mandei vocês ficarem em casa.
- Se não fosse por mim, vocês estariam mortos. Eu nunca ficaria parada enquanto meus pais estão longe e correndo perigo. Eu amo vocês.
- Também amamos você, filha querida.


 Aproveitando o lacre da youkai arqueira, os três fugiram do domínios de Harumi o mais depressa possível. Para criar obstáculos, Mitsuo lançava flechas purificadas por Kiara nas árvores, formando uma corrente de poder espiritual que qualquer vampiro que ultrapassasse, sofreria danos sérios e graves.

09. Sesshoumaru fall down

  Assim que ouviu o chamado de Harumi, a sacerdotisa Kiara apareceu. Olhou para Sesshoumaru com indiferença e ficou ao lado do vampiro.
- Vá, Sesshoumaru quer te ver.

 Ela se aproximou, olhando nos olhos do youkai, que imediatamente largou a espada e abraçou a garota. Tocou os lábios dela levemente, mas percebeu que ela não reagia às ações dele e sentiu o cheiro do veneno dele no corpo dela.
- Você pode tentar deixar o teu cheiro nela, Harumi, mas mesmo que tente, meu cheiro permanecerá eternamente no corpo dela.
 Harumi não respondeu, sentou-se no trono e ficou observando o casal no meio do salão. Sesshoumaru tentava fazer a menina se lembrar, mas não adiantava. Por mais que se esforçasse, era tudo em vão. Porém, olhou para o espelho que ela carregava e viu a alma dela aprisionada. Sabia o que fazer, pois Nishihara tinha pesquisado sobre o assunto, mas não conseguia fazer Kiara largar o espelho de forma alguma.
 Logo, ele compreendeu que era inútil toda e qualquer tentativa. Abraçou a garota fortemente e pela primeira vez ela respondeu ao abraço dele. Por um momento, Sesshoumaru ficou alegre e sussurrou no ouvido dela:
- Eu te amo, se um dia quiser voltar, sabe onde eu estarei de braços abertos te esperando...

 Kiara aproveitou o momento de distração dele e cravou um punhal dourado nas costas dele rapidamente, gerando um arranhão acidental no rosto dele. O youkai sentiu uma dor profunda e intensa, mas não contra atacou, pois a pessoa que tinha feito aquilo era a mulher que ele mais amava. Continuou abraçado à ela e quebrou o espelho com a mão esquerda, libertando a alma da garota e fazendo-a ficar consciente.
- Eu nuca pensei que uma garota tão doce e maravilhosa como você fosse capaz de fazer isso, mas está tudo bem, de qualquer forma, eu ainda te amo.
- Sesshoumaru... O que eu fiz? Perdoe-me, por favor, eu te amo meu bem, por favor... – ela tomou o rosto dele entre as mãos e chorava, inconformada pelo que tinha feito ao homem que tinha cuidado dela e dado tudo o que ela queria durante esses anos.
- Está tudo bem, você não estava consciente quando fez isso... Pelo menos eu vou morrer feliz, pois estarei nos braços da minha esposa, a mesma pessoa que tirou a minha vida. – ele enxugou as lágrimas dela e apertou delicadamente o rosto dela contra o peito dele
- Você não merecia passar por isso, eu não sou digna de ter você como meu marido, existem outras mulheres no mundo melhores do que eu, por que você tinha que me escolher?
- Eu não te escolhi. O destino nos uniu e eu apenas cumpri as ordens do meu coração, intensificando o amor que eu sinto e transformando-o em uma chama eterna, que jamais vai apagar.


 Ele aproximou o rosto e roçou a lateral esquerda no rosto dela, beijando o topo da cabeça dela em seguida. Á medida que o ferimento sangrava, ele ficava fraco e o cheiro do sangue dele trazia sede para o vampiro, que se aproximou para tomar o sangue dele. Para proteger o marido dela, Kiara criou uma barreira e cuidou do marido, tirando o punhal dele e tentando estimular o corpo de Sesshoumaru a cicatrizar o ferimento, que apenas funcionava com a vontade do youkai.

08. A youkai in a vampire´s domain

  Sesshoumaru chegou ao palácio alguns minutos depois seguindo o cheiro do vampiro. As portas estavam abertas, pareciam que estavam esperando pela chegada dele. Por um momento, o youkai pensou em não entrar, mas sentiu o cheiro da esposa e entrou freneticamente, procurando pela garota quando foi atacado por morcegos que, por um triz não sugaram o sangue do rapaz.
 Ouviu-se o barulho de palmas e o som de passos. O príncipe dos youkais se aproximava pela sombra silenciosamente, pois sabia que os sentidos de um vampiro eram pouco aguçados. Sacou a espada Tokijin e se preparou para dar o golpe.
- Você modificou o teu estilo de luta, Sesshoumaru? Pelo que eu sempre acompanhei você atacaria de frente, mas eu quase fui atingido pelas costas... Você está ficando traiçoeiro, porém mais inteligente e eu admiro isso.
- Deixe de conversa e me diga logo onde está Kiara, senão eu te corto em pedaços.
- Você está muito corajoso para um youkai que está em um domínio de um vampiro. Ela está bem, pode ir embora.
- Como assim? Diga-me onde ela está agora!
- Acalme-se, meu caro visitante. Não importa onde ela está, você não poderá levá-la daqui. Ela pertence a mim agora. O poder espiritual dela favorecerá a todos os vampiros e nós finalmente venceremos os youkais. Ela não se lembra de nada graças ao meu veneno, mas se quiser tentar fazer ela se recordar, fique à vontade... Então, o que me diz?

 Sesshoumaru, em postura de combate pensou sobre o assunto e em uma estratégia de batalha para derrotá-lo de uma vez. Por outro lado, temia em arriscar a vida da garota, pois ele não sabia o que aquele vampiro estava tramando. Contudo, a linha de pensamentos dele foi interrompida pelo vampiro.
- Você quer ver a garota ou não?
- Eu não negocio com pessoas que escondem o rosto por baixo de uma máscara.

 O vampiro, chamado Harumi retirou a máscara e se identificou de boa vontade.
- Eu aceito ver minha esposa, mas com a condição de que ela não esteja presa, ferida ou acorrentada.

- Negócio fechado... Kiara, venha. 

07. Chained Soul

 Depois de muitas tentativas, o vampiro que carregava Kiara nos braços conseguiu despistar Sesshoumaru e chegar ao castelo sombrio e temeroso dele, onde lá, ele transformaria a mente da sacerdotisa para que ela fizesse tudo o que ele ordenasse sem se queixar ou recusar.
  Colocou a garota em uma cama de mármore branco e mordeu o pescoço dela, fazendo a mesma abrir os olhos, mas apenas para servir ao homem que tinha inserido veneno nas veias dela. Ele deu para ela um espelho, que era onde estava guardada a alma da garota acorrentada e refletia a imagem da pessoa que seria eliminada.

  Ela já não mais tinha vontade própria, apenas ficou sentada ao lado do vampiro, tocando flauta tranquilamente e com o espelho no colo. A sacerdotisa não se lembrava de nada, apenas do nome e dos pais dela. Não se lembrava dos filhos e do marido dela e isso facilitaria o extermínio de Sesshoumaru, pois era certo que ele não machucaria a esposa dele e permitiria que ela o matasse sem reagir.
- Meu senhor, ele está chegando. – Kiara disse, olhando para o espelho.
- Você sabe qual é a tua função, portanto, apenas faça-a quando eu te chamar. Vá para dentro e apenas apareça quando eu te chamar. Quero fazer uma surpresa para o nosso visitante.
- Sim senhor, com licença.


 A menina saiu do salão e foi para dentro do castelo sem demonstrar nenhuma emoção e controle sobre os atos dela. Não tinha vontade própria, já que a alma dela estava acorrentada no espelho e não poderia sair, a não ser que alguém rompesse as correntes.

06. Missed Princess

 Amanheceu um novo dia, mas algo estava acontecendo no palácio. Todos gritavam e procuravam por uma pessoa que havia desaparecido. Uma perseguição acontecia em torno do castelo para a recuperação de um corpo inerte. Lâminas de espada em contato podiam ser ouvidas de muito distante. Alguém perde sua máscara e desaparece na escuridão da floresta.

- Papai, espere, nós vamos com você!
- Isso é um assunto entre eu e aquele maldito, fique aqui.                                      
- Mas...
- Isso não é um pedido, Yasuhiko.

 Compreendendo a ordem do pai, ele ficou para cuidar do reino, assim como os demais irmãos dele, que não foram para respeitar a vontade de Sesshoumaru. Sabiam que ele queria resgatar Kiara sozinho e ter novamente o prestígio que tinha há anos atrás.
- Será que ele vai conseguir?
- Ele é nosso pai, o youkai mais poderoso e temido, com certeza ele pode dar conta daquele vampiro.

 O sol ainda não tinha aparecido completamente, ainda gerando escuridão em alguns lugares, facilitando o sequestrador e prejudicando o youkai, que tinha que se guiar através da audição e do olfato.

- Você pode correr, mas não pode se esconder, vampiro maldito! Você vai pagar caro pelo que fez.

05. Empty Body

 Alguns minutos depois, Nishihara despertou e viu que Yasuhiko estava no quarto dela. Levantou depressa e perguntou por Sesshoumaru. O menino disse que ele estava com Kiara no quarto. Correu para o quarto dos pais e abriu sem bater.
- Papai, eu preciso falar com o senhor em particular, aconteceu algo grave.

 Ele deixou a sacerdotisa e foi para o corredor depressa para acudir a filha, que estava fraca e quase desmaiando outra vez pelo olhar vazio de Kiara. Esperou o pai fechar a porta e despejou as palavras sem mais delongas.
- A mamãe está sem alma, o corpo dela está vazio.
- O que você está falando Nishihara?
- O senhor não percebeu que a mamãe está fria, distante e pálida?
- Sim, mas...
- Mas a alma da mamãe foi raptada por algo, eu pude sentir a energia do objeto que fez isso... Aquele espelho que a mamãe encontrou ontem, onde está?
- Agora que você tocou no assunto, o espelho desapareceu.
- Tente encontrar o espelho, papai, senão a mamãe vai se transformar em um corpo vazio e estará sob controle daquele que possuir a alma dela, corra, por favor.
- Não exagere, Nishihara, como alguém encontraria o espelho que perdeu?
- A não ser que o dono do espelho não o tenha perdido, mas colocado no jardim de propósito e o dono esteve em torno do castelo para recuperá-lo assim que a alma da mamãe fosse tirada do corpo dela.


Percebendo a demora do marido, Kiara abriu a porta e a conversa entre pai e filha terminou. Nishihara foi até a biblioteca investigar o assunto mais a fundo e o youkai retornou para o quarto junto da esposa. Mesmo perto dela, ele tentava colocar as ideias em ordem, colocando cada informação em seu devido lugar, encaixando todas as partes como um quebra-cabeça.                                           

04. Kidnaped Soul

  Aquele belo dia logo acabou e todos do castelo e do reino foram dormir. Era uma noite perfeita para dormir e para não dormir. O espelho misterioso voltou a refletir a imagem amorosa de Sesshoumaru roçando o rosto em Kiara e, em seguida, repassou a imagem refletida apenas da sacerdotisa, capturando algo a mais do que apenas a imagem, mas também a alma da garota.
 Vendo que seu plano estava correndo conforme planejado, o observador mascarado recuperou o espelho que lhe pertencia, levando consigo a alma da menina Kiara, porém isso não tirou a vida da garota, apenas deixou-a vazia por dentro, sem emoções.

 Na manhã seguinte, quando o casal acordou, Sesshoumaru sentiu que ela estava diferente. O amoroso bom-dia que ela dava para ele mudara, estava frio e sem nenhum sentimento. O rosto dela não denotava qualquer expressão, estava sem vida, sem cor e sem alegria, o youkai até pensou que ela estava doente, mas não estava.
- Você está precisando da alegria dos nossos filhos... Venha minha amada, vamos descer.

 Ela se alegrou um pouco, mas para Sesshoumaru ainda não era suficiente. Queria fazê-la feliz como antes.

 Porém, Nishihara olhou para a mãe dela por um segundo e os olhos delas se encontraram. O corpo de Nishihara ressonou e ela desmaiou, pois o poder espiritual dela foi capaz de captar o feitiço do espelho, sendo a causa do desmaio dela. Sesshoumaru a acudiu e colocou um pano com água morna na cabeça dela.

03. Enchant of the Vampire

O youkai beijou o topo da cabeça da esposa dele e aguardou o retorno dela do quarto deles, onde ela tinha ido para guardar o espelho. Quando colocou o objeto sobre a penteadeira, apareceu a imagem de um homem mascarado. Ela assustou-se e derrubou o espelho no chão, que se partiu em vários pedaços.
 Ouvindo o barulho do espelho se quebrando, Sesshoumaru escalou a janela do quarto e viu que realmente o espelho estava partido. Aproximou-se de Kiara e a abraçou, porém, ela acabou arranhando o rosto dele por acidente.
- Acalme-se, minha princesa, sou eu.
- Me perdoe querido, eu não sabia que era você. Desculpe-me, de verdade.
- Eu estou bem, não se preocupe, mas o que aconteceu aqui?
- Eu vi a imagem de um homem refletida no espelho: ele usava uma máscara e um sobre tudo preto.
- Tem certeza, minha amada?

 Ela assentiu, abraçada ao marido e ainda olhando para o espelho, que se regenerou da queda por vontade própria e pousou na penteadeira da menina.
- Este cheiro... É o mesmo que eu senti ontem. Espere aqui.

 O youkai seguiu o cheiro até a fronteira entre o reino dele e do pai de Kiara, mas não encontrou nada. Voltou para casa e acalmou a esposa, passando o resto do dia com os filhos, apreciando aquele belo dia de outono.


02. Dark Mirror

 Na manhã seguinte, o casal acordou ouvindo os filhos no jardim, onde a mesma cena do lago se repetia: Yasuhiko atirando os irmãos em vários montes de folhas. Porém, ouviram uma batida na porta: era Miyoko, que pensou que os pais dela estavam acordados.

- Me desculpe, eu não queria acordar vocês.
- Está tudo bem, minha filha... O que houve?
- Eu ia convidar vocês para irem lá fora com a gente... Está uma bela manhã de outono.
- Sim, nós já vamos.

  Sesshoumaru e Kiara tomaram banho e se vestiram, em seguida desceram para o jardim. Ficaram em um canto mais afastado dos filhos para ficarem a sós um momento, contudo, esse momento seria motivo de uma grande desgraça, pois um brilho surgiu para o casal, mas não era um brilho qualquer, era um brilho negro e misterioso. A sacerdotisa avistou o objeto que reluzia e pegou-o nas mãos. Era um espelho, mas era diferente dos outros: era um espelho negro e belo, que refletiu brevemente a imagem de Sesshoumaru com os olhos fechados roçando os lábios e uma parte do rosto dele nos cabelos e na lateral esquerda do rosto de Kiara.
- Veja meu bem, era isso que estava refletindo aquela luz.

 Ele abriu os olhos devagar, mas sem tirar o rosto de perto do dela e observou o objeto atenciosamente, principalmente a perfeita reflexão da imagem da menina na lente negra e reluzente.
- É realmente um objeto muito bonito, porém, mais bonito ainda é a imagem que está sendo refletida nele.