domingo, 13 de dezembro de 2015

10. Doce Canção

Naquele mesmo momento, um canto doce e melodioso surgiu de repente. Fiquei admirado com a beleza do som e me aproximei para perto do lago. Sutilmente, o canto foi ficando mais claro e alto conforme as águas se agitavam lentamente e uma figura vestida de azul escuro emergiu da água para uma pedra que ficava próxima da margem. Era uma sereia, armada com um tridente prateado e uma coroa na cabeça. Aparentemente, ela não tinha percebido minha presença e quando me olhou parou de cantar e com isso várias outras sereias emergiram das profundezas e tentaram me puxar para a água.
 Aquela primeira sereia atirou o tridente dela contra mim exatamente na direção do meu peito, na altura certa do meu coração. Segurei o tridente que vinha a toda velocidade e o lancei contra a criatura novamente, que se esquivou por um fio de ser atingida. Ela nadou até a margem e eu dei um passo para trás. Percebendo meu movimento ela disse:
- Você é rápido. Um humano qualquer não teria escapado do meu tridente, muito menos ser capaz de segura-lo antes de ser atingido... Olhando de perto, estou me recordando: você é um youkai, certo? O príncipe Sesshoumaru que desperdiçou seu poderoso veneno nas veias daquela humana, a sacerdotisa Kiara, estou correta?
- Essa é a primeira vez que nos encontramos; eu não sei nada sobre tua vida, mas você parece saber muito da minha. Quem te contou tudo isso?
- Venho te acompanhando desde quando minha irmã mais velha, Rina Shiyuki foi morta por você. E admito que ela não estava errada em ter se apaixonado por você...

  Eu tentava procurar alguma semelhança entre elas, mas não eram parecidas nem um pouco. Uma era completamente diferente da outra.
- Quer dizer que Rina era tua irmã? Mas vocês não são parecidas em nada.
- Tem razão. Ela era humana e o desgosto da família por parte de minha mãe... Eu era a única que apoiava Rina, pois minha mãe não entendia que ela não era culpada por ter sido resultado de uma relação entre ela e um humano e com isso ela se apaixonou por você e quis ser tua esposa a todo o custo. Ela deveria ter sido a rainha das sereias no meu lugar, mas com a morte dela eu assumi o controle de tudo.
- Meus pêsames, sinto muito. Eu não tenho tempo para desperdiçar prolongando esta conversa, até breve.
- Espere! Eu também tenho que te dar os pêsames pela morte de tua esposa e lhe propor algo que certamente será de teu agrado: você pode ser o meu marido e governar também o mundo subaquático.

  Olhei para ela com surpresa e respondi, rispidamente:
- Minha mulher está viva e a salvo no meu castelo. Mesmo que eu estivesse sozinho eu nunca aceitaria viver com outra mulher, nem se ela fosse a rainha das águas, portanto, não diga tolices.


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